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Livros de Poetray

sexta-feira, janeiro 25, 2008

O deus que há em mim

Eu,
Me arrastando pelas ruas,
Carregando minha cruz,
Assoviando, vou,
Cabeça erguida mirando o horizonte.
Os olhares sobre mim...
Holofotes!

Pra onde?

Não sei a que distancia reflete meu brilho
Tampouco a dimensão do meu universo,
Sei, porém, que são reflexos de reflexos
No mais alto grau dos seus reversos.

Minha imagem é minha imagem;
Para tudo e todos sou eu
_ O que assobia melodia _folclórica ou Rock-roll_
Tendo no peito a dissonante cantiga, na voz,
Do incrível astro que sou;
O que chora harmoniosamente,
Harmonicamente, acaricia a alegria que rói;
E no íntimo constrói o destino
No qual se conduz
E pelo qual se destrói _
Sou o que sou.

O que seria viver senão isso:
Acariciar o próprio destino,
Cantar para dor,
Ninar os fantasmas,
Aquecer os ectoplasmas
Para assim sentir e tornar visível,
Com toda intensidade,
A fluência borbulhante do amor?

Sob o frescor da chuva de gotas douradas
Que reluz e se multiplicam em cores e formas,
A todo tempo,
Nas flores... calçadas,
Meu dorso;
Onde meus olhos e outros olhos miram
E buscam o que buscam
Na complexidade do nada,
Enquanto o sol nos espia, discreto,
Espia,
Detrás de montes nubígenos,
O maestro que dita o compasso,
Passo a passo, sua harmonia, o tom,
Ao peso da cruz-guia
O espaço para a alma cansada.
Até onde percorrer o caminho obscuro?

Parar num sinal antes de atravessar a rua...
Decidir o que fazer com o muro.

Eu vou, me arrastando pela rua, mas vou!
Talvez não fique nenhum rastro;
Talvez eu não seja maestro, tampouco astro;
Talvez eu não seja eu...
Mas minha cruz é real! e somos unos
Unificados no amor místico e carnal
_ leves reflexos; leve.

Oportunidades